Elefantes e Peixes-boi/Dugongos são mamíferos grandes e com pouquíssimos pelos no corpo. Semelhanças externas parecem acabar aqui, mas quando analisamos os fósseis e genes destes animais podemos provar, mais uma vez, as maravilhas do processo evolutivo. Segue o fio!


São reconhecidas três espécies de elefantes dentro da Ordem Proboscidae, duas africanas e uma asiática, todos da família Elephantiidae. Houveram dezenas de espécie no passado, também nas Américas e Europa. O nome deriva do órgão conhecido popularmente como “tromba”.


Sirenia é uma ordem de animais que retornou ao meio aquático, sofrendo várias modificações que os tornam adaptados à água. São representados pelas três espécies de Peixe-Boi (Trichechidae) e o Dugongo (Dugongidae). Por serem confundidas com sereias, o grupo recebeu este nome.


Apesar das diferenças atuais, essas linhagens compartilham um ancestral exclusivo comum. Há pelo menos 50 milhões de anos a linhagem que deu origem a estes animais se dividiu, rumando em caminhos independentes e desenvolvendo características específicas às condições do meio.


Fósseis ancestrais dos sirênios e proboscídeos foram encontrados principalmente em sedimentos marinhos e estuarinos. Isso sugere que estes animais possuíam algum hábitos semi-aquáticos. O nome do grupo que une os dois, Tethytheria, deriva do Mar de Tétis, onde houveram achados.


Um pouco de ancestralidade dos sirênios: apesar da origem africana eles tiveram rápida extensão pelo globo, alcançando as Américas em pouco tempo. Um dos fósseis mais antigos, o Pezosiren, que possuía essa cara de hipopótamo e tinha hábitos semi-aquáticos, foi achado na Jamaica.


Ao decorrer das adaptações que foram ocorrendo nos ancestrais sirênios, algumas características foram extremamente modificadas. Uma bem evidente é a redução da pélvis e remodelagem do corpo para vida aquática, com alongamento do focinho para baixo e redução do número de dentes.


Foco nos Proboscídeos! No passado esse grupo foi bem diverso e se estendeu além da África e Ásia, alcançando Europa e Américas do Norte e Sul. Um dos fósseis mais antigos foi o Phosphoterium, um animal de pequeno porte, atarracado e de leve alongamento no focinho.


Com o decorrer do tempo, a linhagem que daria origem aos elefantes foi se ramificando e sofrendo mudanças como o alongamento do focinho até formar trombas, dentes maiores até formarem presas (incisivos médios), espessamento e alongamento de ossos e aumento do crânio.


O que isso nos ensina sobre evolução? Notem como a morfologia, ou seja, a forma do corpo dos ancestrais deles eram parecidos. Animais atarracados com pernas curtas. Isso induz que o ancestral em comum dos dois tinha esse padrão.


Esses dois grupos foram bem distribuídos no passado, contaram com muitos grupos e ocuparam variadas regiões. Mudanças no clima, na disponibilidade de alimento, competição por recursos, além de caça por novos predadores, inclusive hominídeos, influenciaram seu declínio.


Bom gente, foi isso. Tinha muitos detalhes taxonômicos de ossos que decidi cortar para não confundir ninguém. Espero que tenham gostado :) @Fernanda_Renno @BiodiversidadeB @VidaNoZoo


Referências: Berta, A., Sumich, J. L., Kovacs, K. M., FolNens, P. A., & Adam, P. J. (2006). Sirenians and other marine mammals: evolution and systematics. Marine Mammals: Evolutionary Biology, 89-110.


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