Tive a honra de ter na minha banca de doutorado o ex-diretor do Banco Mundial @RogerioStudart, sucedido por @ocanuto. 2 economistas brilhantes. A se confirmar a ida de Weintraub, além da renúncia à presidência do BID, será um apagão do Brasil nas instituições financeiras em DC.


O cargo de diretor-executivo do Banco Mundial pressupõe um mínimo de crença no sistema multilateral, no diálogo intergovernamental e nas soluções negociadas. Não que não possa haver defesa de interesses nacionais, mas nesse caso se representa um bloco de países.


Dentre as responsabilidades do diretor-executivo está o de avaliar os projetos que serão financiados nos países em desenvolvimento e as políticas gerais da instituição. Hoje temas como gênero, meio ambiente e clima estão integradas (não perfeitamente, claro) à agenda do BM.


Um discurso fortemente ideológico e negacionista, que desdenhe da mudança do clima, da desigualdade de gênero e das políticas públicas de saúde e educação baseadas em evidências, terá pouco eco nos corredores da instituição em Washington. @jnascim @XadrezVerbal @thiamparo


Sempre bom lembrar que cargo não é exclusivo do Brasil, é de um bloco de países formado por Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trindade e Tobago. Será preciso compor com esses países, alguns dos quais ainda dependem muito do $ do banco.


Caso o Brasil venha a se alinhar, nos assuntos internos, aos EUA, o impacto pode ser nulo ou mesmo negativo. Na prática, questões polêmicas às quais os EUA se opõem sequer vão a voto. E, mesmo tendo o maior poder de voto, os EUA não têm, no geral, poder de veto.


@ocanuto sobre "what it takes to be" Diretor-Executivo no Banco Mundial:

cnnbrasil.com.br/amp/business/2…


Já que estão perguntando sobre o procedimento de escolha: votação majoritária pelos países que compõem o 15o bloco de países, em que o BR tem 2.25% dos votos (em relação ao total do banco) e todos os demais somados têm 1.58%.


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