SOBRE A AÇÃO CONTRA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA EM JARDIM DA PENHA - VITÓRIA - ES Todos e todas devem ter reparado o aumento vertiginoso das pessoas em situação de rua. Esse fenômeno começa ainda lá em 2014 e se intensifica no governo Temer. Todavia, agravou-se ainda mais agora +


Não é preciso ser um especialista em sociologia para deduzir que este agravamento se deu em função da pandemia. Pessoas das camadas mais baixas e com estrutura econômica e familiar insipientes, foram empurradas para as ruas.


A política econômica atual já tende a achatar a classe C a ponto dela desaparecer. Estamos encaminhando para uma situação clássica do início dos anos 90. A pandemia lançou esse número de moradores de rua à estratosfera.


Pois bem: anteontem a prefeitura de Vitória que é encabeçada por um partido dito de centro (o @23cidadania) promoveu um “choque de ordem” em uma das praças de Jardim da Penha – bairro de classe média B. O que espanta é que a intervenção não deu prioridade a um atendimento social


ou psicológico. Via-se muito mais guardas municipais que assistentes sociais. Para piorar: confiscaram pertences desses moradores de rua sob pretexto de que PODERIAM ser usados para crimes. Uma espécie de Minority Report? Criminaliza-se algo e alguém antes que o crime ocorra?


Para piorar ainda mais: muitos moradores de rua perderam inclusive suas mantas de frio e papelões. Mas acalmem-se que podemos chegar mais fundo nesse poço: muitos moradores do bairro, os “cidadãos de bem”, aplaudiam o que chamavam de limpeza. Eugênia? Dois personagens públicos +


EUGENIA*


inflamavam a intolerância nas redes sociais: um vereador que provavelmente vai disputar reeleição, famoso no passado por defender a causa animal, vejam bem, parece não ter o mesmo carinho por gente. Esse mesmo vereador fez semanas atrás em plenário discurso criticando a menina +


de 10 anos estuprada por ela ter feito um aborto. O outro propagador do ódio é militante do Aliança para o Brasil, o que espantaria um total de zero pessoas, se não fosse por um motivo: o tal militante fascista é subsecretário de um prefeito dito de centro, repito, do Cidadania.


Então há aí mais que omissão elitista da Prefeitura de Vitória. Há uma cumplicidade. O prefeito abriga quadros de extrema-direita em cargos de confiança. Talvez isso explique o porquê do pré-candidato do Cidadania à eleição municipal ter como escolha de vice um político do PSL.


Estejamos nós, os que defendem a garantia dos Direitos Humanos, atentos a essa criminalização autoritária das pessoas em situação de rua. E atenção ao voto, queridos. Não se apeguem às aparências.


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