E Nancy Pelosi partiu sem muito alarde de Taiwan, depois de comemorar chegar lá em estilo flash mob. No duro, a presidenta de Taiwan e seu PDP são muito mais causa da pauta de secessão da ilha do que consequência dela, e ninguém vai mexer com isso agora (1/5).


Se o secessionismo em Taiwan tinha apoio de 20% em 2018 e hoje tem 30%, isso é pelo trabalho da presidenta local. Mas isso não lhe faz vencer eleições, e se ela insistir em cruzar essa linha, pode perder a maioria, uma vez que 56% dos taiwaneses querem o status quo (2/5).


Biden pensa que pode ganhar com essa provocação, mostrando pra Xi que poderia "lhe tomar definitivamente Taiwan". Ela quer a China contra a Rússia e financiando os déficits americanos. Por isso, Biden provocou Xi indiretamente via Pelosi (3/5).


A aposta de Biden é que mais do que dobrar Xi, ele angaria apoio entre alas moderadas do Partido Comunista para substituir o atual grupo hegemônico ou enfraquecê-lo. Não acho que deu certo, no entanto, o affair Pelosi é um novo grande evento que une a China em torno de Xi (4/5).


E qual vai ser a reação ocidental sobre isso, principalmente movida pelo ressentimento britânico sobre Hong Kong? No duro, isso pode levar a um bloco Euroasiático de vez, como um acelerador de partículas (5/5).


P.S.: "Tu te tornas eternamente responsável pelo que aceleras" -- é Saint-Exupéry mixado com Nick Land como um mote destes dias de um futuro esquecido.


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