Nós acordamos hoje pra vender o grande amor das nossas vidas graças aos bandidos que secaram o Vasco quase até o fim. É fácil identificar cada um deles, em lives diárias, ações judiciais e textos chorosos em redes sociais. A fauna é extensa. Esse, no fundo, é um dia muito triste.


Passamos do ponto de não-retorno há muito tempo. Do folclore em torno do bufão dos charutos à absoluta incapacidade do atual mandatário, passando pelo golpista otário que se acha malandro, onde nos perdemos de vez? Onde o Vasco deixou de depender apenas de si pra tomar jeito?


E como será daqui pra frente? Teremos paciência? Porque os resultados certamente não virão da noite pro dia. Os ladrões de outrora, donos de 30% do negócio, seguirão sentando à mesa. E, ainda que com menor peso, decisões importantes seguirão passando por quem nos trouxe até aqui.


Eu acho que, de tudo, ídolos, títulos, ganhar/perder, se quer competir, coisa que não conseguimos há duas décadas. Paramos no tempo em tudo. A despeito da torcida, que segundo demonstrações empíricas e científicas segue entre as cinco maiores do país, o Vasco diminuiu de tamanho.


Quem nos diminuiu quer seguir sugando uma massa falida. Por quê? Eu, enquanto vascaíno, quero paz. Pessoalmente não aguento mais o youtuber tacanho, o eterno quase candidato bravateiro, o babaca da peruca etc. Rir deles é irresistível, mas essa malta nem devia existir pra nós.


O dia de hoje não é feliz. Há esperança, vontade de fazer mais e melhor, mas felicidade, aquela coisa plena, não há. Vender o Vasco hoje não é certo, mas é a nossa única saída. Olha só que bizarro. Não há vida fora da SAF, de tanto que roubaram e ainda tentam roubar. Surreal.


Com a SAF, erá um processo muito duro de proteção de valores caros ao Vasco. O entorno favelado, as causas importantes de pessoas tanto quanto, o povo. Será uma luta para manter tudo isso, para não gentrificar (ainda mais) o clube, para não nos perdermos. De novo. E, aí, de vez.


O Vasco da Gama inventou e reinventou tudo. É a sua vocação. Que hoje, num dia tão agridoce, tudo isso se mantenha à frente de qualquer coisa. Nós seguiremos norte a sul desse país cantando, cantando, cantando. E cantando. Porque eu te amo. E eu não paro.


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