Bom dia. Socializarei minha avaliação do clima eleitoral instalado neste início de campanha oficial. Lá vai:


1) Lula inicia a campanha com ampla vantagem sobre Bolsonaro: tanto no tempo no horário gratuito, quanto no número de partidos formalmente aliados, governadores, deputados federais e senadores.


2) Também tem vantagem estável desde final de maio. Lembremos que a) Datafolha é a pesquisa de intenção de voto mais confiável do país e; b) não existe "viés de crescimento ou queda" dentro da margem de erro (um erro grosseiro de quem não entende de pesquisa)


3) Ora, os dados apresentados indicam um clima extremamente favorável à campanha de Lula. Contudo, não é o que se percebe nas redes sociais progressistas. Há forte clima de apreensão sobre o que o bolsonarismo aprontará com o Pacote de Bondades e em 7 de Setembro.


4) Algo muito estranho e irracional o que ocorre no campo lulista e progressista: quem está correndo contra o prejuízo é o bolsonarismo, mas quem tem autoestima baixa é o lulismo. Como entender tal sinal trocado?


5) Vivemos o rescaldo do trauma da queda de Dilma, prisão de Lula e vitória de Bolsonaro em 2018. Algo que impactou quem acreditava que havíamos chegado ao Paraíso. A consequência é um empoderamento exagerado dos bolsonaristas e seus delírios.


6) Há algo de antecipação à frustração possível ou sofrimento. Uma enorme dificuldade para lidar com adversidades, gerando ansiedade e até mesmo pânico. De certa maneira, parte do campo lulista foge da realidade como os bolsonaristas fanáticos.


7) Chegamos a esta condição porque o lulismo e parte do conjunto da esquerda apostou todas fichas no campo institucional e nas eleições. Deixou de se alimentar das lutas cotidianas.


8) Assim, a disputa eleitoral deste ano tem muito de subjetivo, blefe e ânimo. Talvez, até mais que dados concretos da política e economia. O debate de ontem na Band indicou um pouco este cenário: pouco ânimo e ousadia. Muita gente dormiu antes do final dos debates. (FIM)


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