Datafolha, ontem. Para Lula não foi bom, mas não foi mau também. Para Bolsonaro ruim, mas com um alento: desde o começo objetivo do Capitão é levar a eleição para o 2º turno, nesse sentido, o ganho da 3ª via é bom pra ele (1/7).


Bolsonaro, portanto, cresceu na espontânea, mas estancou na induzida. E a rejeição dele voltou a subir, depois de passar meses caindo lentamente. Resultado dos maus desempenhos no JN e no debate (2/7).


Ou seja, o alvo a ser batido é a 3ª via, porque ela tem potencial de crescimento suficiente para empurrar Bolsonaro para o 2º turno, pegar votos de indecisos e ainda tirar alguns votos de Lula. O mais importante: nem Ciro nem Tebet conseguem chegar no 2º turno (3/7).


No fundo, Tebet batendo em Bolsonaro é bom pro Capitão. O que Bolsonaro precisa é tirar voto de Lula e ele sabe disso, mesmo que seja tomando pancada na cara. Depois trabalha o antilulismo no 2º turno (4/7).


Do mesmo jeito, Lula precisa reajustar os palanques do Sudeste, porque a queima, literal, de dinheiro de Bolsonaro chega mais nesses centros urbanos do que no interior - que, para a sorte de Lula, não estão garantidos para Bolsonaro como ele imaginava (5/7).


O agro, digo, a monocultura da soja para exportação entra não muito bem, porque depende de fora. E mesmo sendo um ramo concentrador de renda, o que goteja daí é que gera a miragem de prosperidade no Centro-Oeste ou Sul, onde Bolsonaro está longe de estar bem como esperava (6/7).


A campanha de Lula precisa ocupar lugares que Tebet e Ciro performam ocupar - e tem de agir sem medo de dividir bola com eles, porque não é isso que determinará o apoio do eleitorado de ambos num 2º turno (7/7).


P.S.: em resumo, Lula tem de ampliar sua porcentagem no voto não e antibolsonarista, onde ele já é líder disparado, mas precisa de mais. Suas entraves agora estão na conta da 3ª via.


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